sexta-feira, 26 de agosto de 2005



A Minha Ausência

Tenho recebido muitos mails e faxes a perguntar por mim. A verdade é que me encontro em sabática auto-imposta (melhor palavra talvez fosse in-posta, ou ex-posta - lido ecs-posta). Depois do Festival da AutoEstima Nacional, de que até se fez um Euro e estádios para as pessoas terem onde reunir, voltou tudo ao que era antes.

Agora as bandeirinhas nas janelas, dependuradas e descoloradas, deveriam ser pretas, ou cinzentas depois do Sol, mostram-nos a triste realidade em que vivemos.

Agora temos outra vez um governo de incompetentes, que aprova leis para daqui a 12 anos, deixa que ardam instituições como o Ballet Gulbenkian e as florestas do país, ataca a função pública às cegas, tem um líder que não sabe comunicar e um governo que não comunica e se decide sem ter fundamentos, e que - pior porventura que tudo o resto, tem uma


TOTAL
E
ASSOMBROSA
FALTA
DE
IMAGINAÇÃO

Portanto, dado este estado de coisas, decidi entrar num período de auto-reflexão. Vim aqui para longe do outro lado do Mar, e vou ficar por aqui uns anos até o país implodir num deserto.

Depois, oh vantagem das vantagens, pode ir-se ao Deserto sem sair da Europa. É uma grande oportunidade para o TURISMO!

Em tempos participei em acaloradas e vivas discussões, oh, ali nas tertúlias junto ao Tejo, noites inteiras em redor de um copinho de bagaço quando a tal esticava a mesada, e nessas noites de longa reflexão filosófica discutia-se se a programação da SIC era uma estupidificação dos espectadores, ou se apenas um reflexo deles.
Isto agora é o mesmo, no respeitante à classe política.

O poder corrompe, não é o que dizem? E eu não acredito em nenhum deles. Lamento. Estou profundamente desiludido.

Daí ter vindo para aqui. E quando quiserem fazer um programa de televisão comigo, a falar dos portugueses de sucesso lá fora, sabem o que lhes vou dizer?



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