terça-feira, 1 de agosto de 2006



Israel e o Líbano

Israel e o Líbano

Antes de esta estória toda acontecer, a minha crítica sempre foi para Israel, a potência regional apoiada pelos todos poderosos EUA, que usava e abusava do seu poder militar para fazer o que lhe aprouvia. Recentemente, e sem por isso ter mudado da esquerda para a direita (porque sempre fui uma pessoa de esquerda), apanho-me a apoiar Israel.

A verdade é que o país não tem uma posição fácil, rodeados por países em que parte das forças politicas tem como primeiro objectivo o extermínio de Israel. Leio quase todos os dias os típicos editoriais europeus sobre as baixas, apelos à paz e negociação, criticas à devastação causada por Israel, mas é bom de ver os raptos e assassinatos terroristas que estiveram na origem de tudo isto. É bom de ver que já choveram 1400 rockets sobre Israel, que só não destruíram escolas e mataram dezenas de crianças porque não calhou ainda.

Imaginemo-nos no Alentejo, sensivelmente do mesmo tamanho que Israel. Ali das bandas de Badajoz uns caramelos terroristas radicais desatavam a mandar mísseis para Portalegre, Évora e Beja. O governo de Espanha ficava calado. As Nações Unidas e NATO idem, impotentes. O Alentejo sozinho tem umas 50x o poderio militar (e gastronómico) de toda a Espanha. Vão ficar a ver, parados, com os ditos caramelos terroristas assassinos indiscriminados a rir-se ali ao lado?

GET A GRIP, FONIX.

Estou farto da nossa imprensa.

É verdade: provavelmente nem tudo o que lemos é verdade, mesmo no relativo aos “factos”. Israel respondeu depressa demais, estaria tudo planeado. Mas a situação não é simples, e eles têm o direito de se defender. Desta vez, reconheço-lhes a razão.

E MAIS

No festival de música do mundo de Sines, tradicionalmente um evento de esquerda, houve várias alusões à situação. Rabih Abou-Khalil, libanês, limitou-se a dizer como resposta a um grande cartaz no público de apelo à paz: “Stop the Bombing”. Suponho que se referisse a AMBOS os bombardeamentos. Estou de acordo.

O apresentador do costume, no entanto, foi mais longe: “A paz não é justificação para a guerra.”. Uma frase de animar hostes, claramente. Porque basta andar 50 anos para trás, e a Adolf Hitler e aos nazis, para se ver como esta afirmação se torna vácuo rapidamente. Ou voltemos a Sarajevo, para não irmos tão longe.

GET REAL. Esta cena europeia do diálogo só resulta quando de ambos os lados da mesa de negociações não são loucos assassinos terroristas.

(PS: também não acho piada nenhuma nem ao IRA nem à ETA. Esta cena de assassinar pessoas é ANIMAL, e não há romantismos que o escondam)



6 comentários:

  1. ...contudo, os leões também matam as crias de outra fémea para acasalarem com ela.

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  2. Para ouvir com muita ATENÇÃO. George Galloway interview with Sky news over Lebanon-Israel (Agosto 2006):

    http://www.youtube.com/watch?v=n8su_b0mCe0

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  3. Olá caros anónimos, se dois, ou caro anónimo, se um.
    Se a filha do Sr. George Galloway estivesse a nascer num hospital sobre o qual estivessem a enviar (aleatoriamente) rockets, se calhar não tinha a mesma opinião.

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  4. ... e só mais um comentário: já vi as coisas como o Sr. George. Mas mudei de ideias, ao investigar o tema e a História. Não se negoceia com terroristas assassinos.

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  5. Se a família de palestinianos que estava na praia e que levou com um míssil israelita em cima fosse tua, provavelemtne também já terias mudado um pouco a opinião.

    Terrorismo de Estado também é condenável e Israel é perito nesta matéria, tanto mais que é o país do mundo que, 1º, tem o maior número de resoluções das Nações Unidas não cumpridas e, 2º, rewcusa-se a ratificar o tratado internacional de não proliferação e armas nucleares.

    O Shimon Peres também já foi Terrorista Assassino quando andou a rebentar bombas há umas décadas atrás. Vi-o dizê-lo num documentário de 2 episódios no Canal História sobre a história da Palestina. No entanto, muitos já negociaram com ele...

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  6. Esta discussão não leva a nada, e não tem resposta. Não me parece possível perceber "de quem é a culpa", ou "quem é que começou".

    Não acho que se deva confundir Israel com os EUA (sim, o Bush é um palerma), nem que se deva esquecer que "do outro lado" não estão os "pobrezinhos dos oprimidos". E só por acaso aquilo que os guia é a **aniquilação** do estado de Israel.

    Israel, quer se queira quer não, e seja pelo motivo que for, é um país **civilizado** como a generalidade dos países em redor não são (pelo menos na nossa óptica ocidental). Desafio-te a investigar a web israelita, e ver o que encontras.

    Espero que não me respondas com retórica do tipo "os EUA também são, e veja-se o Bush".

    Quanto a mudar de opinião... eu comecei por pensar como tu. Tenho um lenço do Arafat, como muitos de esquerda da minha geração, e usei-o bastante. Mas duvido que volte a pensar como dantes. Esta história de causas e paixões, quando há política e um historial pelo meio como este, não leva a nada. Se eu tivesse de escolher um, escolhia Israel, e não me parece que vá mudar de opinião.

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