sexta-feira, 21 de novembro de 2008



Nós somos os Introvertímidos.

Há dias escrevi alhures uma posta com um título como este. Era uma posta profissional, séria, comedida, com a minha persona pública, aquele que é o outro e aparece em palcos de auditórios e se desdobra em contactos e conhecimentos técnicos variados. [2]

Mas este aqui também sou eu. E lendo-me a mim próprio, desactualizado no tempo, apeteceu-me vir tirar o pó às palavras (como vos adoro…).

Precisava de um rastilho que me fizesse ir pelos ares (estás aí?) Ou então de férias. Estive fora 3 semanas em duas, e com trabalho intenso no intermezzo. Satisfeito mas cansado. Ou férias ou rastilho, malta. Como é? Preciso, também, do Fundo do Mar (vá, 20 ou 30 metros chegam).

Seja como for, agora que voltaram a abrir a internet às pessoas, «vou tentar vir mais aqui». Deve ser das frases que mais se dizem no Universo, juntamente com «Lets Just Be Friends». Claro que, tendo já decretado a universalidade para todo o sempeterno deste belogue (conforme nota 76/p45 acordo ortográfico 1867), não tenho propriamente de me preocupar com isso. Antigamente deixavam-se livros, que iam para a biblioteca nacional ou para a torre do tombo. Vendem-se milhares de milhões e trincabilhões de cópias, que ficam em casa de quem os compra até 90% dos filhos os reciclarem. O problema vai ser quando já não houver livros. O digital dura para sempre?

Oh, sim, quero mesmo ver daqui a 100 anos a conseguirmos ler discos de 2008. Se já disketes é uma sorte.

 

Por outras palavras: eu sei o que faço por aqui. Não sei o que tu fazes por aqui. Bom, até sei, na realidade. Fizeste uma pesquisa no gugle e vieste cá dar. O provável é que leias a página na vertical, “não, não é isto que procuro” e a seguir apertes o botão de back (não é tão fixe, dizer “apertar”? e dizer “fixe”, então?)

 

Agora que já estou sozinho outra vez, posso continuar aqui a apertar os meus botões [1] com calma, três ou quatro de cada vez, enquanto tenho o gozo e prazer de ver as letras tão bem desenhadas a aparecer no fundo branco.

 

Deixei passar o meu aniversário e não vim dizer-te Olá. Olá, por aqui? Tudo bem contigo? Temos de ir jantar um dia destes. Ok, manda-me um mail e marcamos. (só para me vingar, acabei de marcar um almoço com uma destas pessoas, já para amanhã)

 

Ando sem energia para fazer uma série de coisas que me dão (sempre deram) prazer. Leitura e Cinema são duas destas coisas, as mais Importantes. É precisa energia, parece-me. Também para escrever aqui. Sem ser banalidades (e neste momento não estou com muita sorte nesse aspecto, claramente). Li um livro num avião que me deu tanto gozo que me apeteceu muito, muito, voltar a mergulhar em páginas de outros universos (ainda por um Le Carré de Aeroporto…). E vir aqui espreitar-te faz parte disso.

 

Agora é de noite e apagaram-se as luzes. Ouvem-se passos ao longe mas não percebo bem de onde vêem.

 

 

[1] Notar o trocadilho entre “botões” e “teclas”, e a repetição da palavra “apertar”, o que torna esta frase imensamente engraçada.

[2] Nada disso. O título era parecido, mas depois mudei para este. E como posso ter mudado outra vez depois de escrever esta nota explicativa, não posso deixar de o salientar aqui: o título da posta pode ter sido N-mudado.



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