quarta-feira, 12 de agosto de 2009



RAIOS PARTAM

Estou completa e sobejamente irritado [1].

Olha, passou-me. Tinha-me esquecido do que queria dizer, mas acabo de me recordar, por isso passou-me a raiva furiosa com que me aprestava para partir objectos [2] frágeis contra a parede.

Vou desta forma recomeçar.

Hoje na aula de escrita criativa estava a ouvir a João ler o texto final dela, quando uma frase do texto me saltou aos ouvidos:

“…preciso urgentemente que seja amanhã…”

Acho que deixei de ouvir a partir daí (… sorry!), porque esta frase me agarrou pelos ombros, olhou por dentro dos olhos, e me disse: é isto, percebes?Também eu preciso disso.

 

Têm havido vários textos que me agradaram ouvir ali, nestas 3 aulas. Muitas vezes são pequenas frases, outras a beleza do todo, os adjectivos inesperados, a crueza espontânea. Outras vezes é difícil não me deixar levar para o mundo da lua (já te contei que é feita de queijo?), admito. Posso não ter muito jeito para dançar, mas as palavras podem deixar-me muito mais tonto.

 

[1] Já te falei da minha paixão aos advérbios de modo, cujo domínio é o melhor representante do genuíno domínio da língua portuguesa?

[2] Nesta palavra, o “c” deve ser pronunciado de forma dura, como se fosse um k: objektos. Só porque sim.



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