domingo, 28 de janeiro de 2007



A realidade num telegrama

O caso do sargento do exército condenado a seis anos de prisão por rapto da criança que pretende adoptar, e que permanece "a monte" com a mãe adoptiva, parece lembrar-nos de que ainda é possível sentir e agir por causas (neste caso, amor paternal), mesmo que a defesa disso implique consequências trágicas e altamente penalizadoras. Na nossa sociedade light actual, superficial e de amores de revista, de frases cínicas e políticas e mentiras, de "tendo em consideração que...", de revistas de fim-de-semana, amores televisivos, isto parece uma irrealidade. Muito pouco hedonista, diga-se (caso o ponto não estivesse claro).

Já a Ana Gomes não sei o que quererá. É óbvio que o(s) Governo(s) sabiam dos voos ilegais da cia, ou sou só eu a ver isto? Se não sabiam, só por auto-inépcia ou incompetência. Espera ela vê-l'Os admitir isso, quando o Nosso Durão até apertou a mão Aos Outros nos Açores (pode arquipélago, que não merecia isso)? [este tema não merecia estar misturado com o anterior]

E finalmente, na régia Câmara Municipal de Lisboa, reina o caos urbanístico, com vários casos de suspeitas de corrupção. Parece que houve até um Vereador que veio a público denunciar uma tentativa de corrupção de que foi alvo (e o respectivo Corruptor). Inacreditável! Como é possível que se tenha tentado corromper um Vereador!?!?! Como é possível?! Num estado de direito democrático desde uma manhã de 1974?! [ironia][haviam de ser todos deportados][ou deixados em tanques com sanguessugas, suspensos ali ao Rossio para todos verem].

Stop.



domingo, 21 de janeiro de 2007



Ser Silenciosamente Tristonho Sombrio e Calado

«[...] The big boys left. We remained sitting. Peder was taciturn. Peder is the only person I describe in such a way. When Peder elected to be silent, he truly became taciturn. Now he was taciturn as never before. I've learned to live with it. If there's anything in this world I'm able to do it's to be in the company of taciturn people. All you have to do is shut up yourself and see who says something first. Peder lost. [...]» - The Half Brother, de Lars Saabye Christensen.

Do you feel lucky?



quarta-feira, 17 de janeiro de 2007



Isto Somos Nós

Este tipo faz-se, mais às suas letras. Eu sou um desses, hedonistas e ateus.



segunda-feira, 15 de janeiro de 2007



Os Procrastinadores

Li algures que há duas pessoas no mundo. As que fazem a cama todos os dias de manhã quando se levantam, e as que não o fazem.

Desde muito cedo que optei, neste assunto, por [espaço em branco], o que obviamente me coloca na categoria dos [outro espaço em branco]. Fiquei classificado perante o mundo e por vós que me observais criticamente bordeado de verde.

À classe dos que não a fazem, podemos chamar de Os Procrastinadores. É um nome feio, mas a desajeitada palavra até vem do latim (o que desde já nos diz muito sobre esse povo, não?).

Este nome lembra-me o de um filme francês que estreou há um ou dois anos, mas não me consigo lembrar do nome, até porque não tive oportunidade de o ver.

De resto, são pessoas normais, que não se reconheceriam nem no metro nem no BMW ao teu lado no semáforo. Cada um sabe de si.

És um procrastinador?

(só a palavra parece um pecado)



quarta-feira, 3 de janeiro de 2007



Ora aqui/aqui/aqui... temos o novo ano, não é?

Dizem que sim. Na ponte havia muitos carros em segunda fila, para ver o fogo de artifício. Em França, em algum lugar, houve quem protestasse contra o novo ano. "Fiquemos em 2006", "Foi um bom ano, não queremos 2007!", parecem-me boas palavras de ordem. Sempre me pareceu que o dia 31 de Dezembro deveria ser suprimido. E alguns outros, agora que penso no assunto. Na ilha da Madeira, gastou-se mais de um milhão de euros num fogo de artifício de 8 minutos, que entrou para o guiness. Estás a dar razão ao Sócrates, Alberto João. "É MENTIRA!" Olha que não é.

Amanhã vou definitiavmente mudar-me para a casa nova. Com vista para a ponte, totalmente desprovida de móveis a não ser a cama, mas quentinha. Com muito tempo e livro para ler, e durante uns dias, sem internete. Vou deixar crescer uma barba  branca (coloro-a com pó de talco talvez), andrajar as roupas, e deixar de falar. Enviei as bagagens à frente, por correio expresso, espero que já lá estejam quando chegar. Não queria ter de ir a Hong Kong buscá-las. Ou queria?

Mataram o Saddam, e não me apraz comentar nada sobre isso. É lá com eles. É uma espécie de aleatoriedade sincronizada.

Acabei de ler o "Crónica de um Pássaro de Corda", do Haruki. Pode ser a grande obra dele, mas preferi o "Norwegian Wood", mesmo gostando bastante. Acho piada a haver fios soltos, meadas desatadas, não me incomoda. O livro a meio pareceu faltar-lhe fôlego, mas irrompeu para o final como um cavalo numa corrida, e o ambiente era tudo. Curiosamente, numa estória tão passada dentro de sonhos, havia muita escuridão, e luzes que se acendiam ou apagavam. Mas não era o personagem principal quem flipava o interruptor.



Arquivo do blogue