domingo, 30 de dezembro de 2007



agora com o zune

tenho ouvido vários podcasts, de audio e vídeo. além dos dedicados a temas tecnológicos, a minha selecção vai geralmente para tópicos relacionados com ciência ou com criatividade. ideias estimulantes (que é o que interessa). além disso, estou a ler o "god delusion" do dawkings. tudo junto, agora:

- recentemente soube-se que os chimpanzés são mais rápidos que os humanos, sejam crianças ou adultos, num exercício de memorização de localização e sequências de números. não são só mais rápidos, como assombradamente mais rápidos. do género de não deixar qualquer dúvida. o carl sagan, num dos livros dele, diz que os chimpanzés são superiores aos humanos com até 2 anos de idade, em todos os aspectos. a não esquecer: apesar da semelhança entre homo sapiens sapiens e os chimpanzés, o hss não é uma "versão mais avançada" dos chimps. estes últimos não pararam de evoluir, nos últimos milhares de anos, tal como nós. não é se calhar surpreendente que esta evolução paralela os permita superarem-nos em vários aspectos.

não sou hss-cêntrico.

- o livro do dawkings é um tomo anti-religião, pro-ciência. analisa ar-gu-men-to-por-ar-gu-men-to o que se diz pela existência de deus, e destroi cada um desses argumentos. sou ateu, e li vários outros livros dele, pelo que as palavras dele fazem muito sentido para mim. não vou entrar nos argumentos, queria falar doutra coisa. a páginas tantas, o dawkings cita um cientista (reeves?) que reduziu o número de constantes da física/química a 6. os valores destas 6 constantes são o que faz com o que o nosso universo tenha a "forma" que tem hoje. lembro-me de em Física I, na universidade, se ter falado deste mesmo assunto. se calhar por estes dias já se encontrou uma relação entre algumas destas 6, e são já só 5. ou 4, ou 3, ou 2, ou uma, ou nenhuma. se calhar existem universos paralelos. se calhar, o universo só podia ser como é, por alguma questão homeostática de coração matemático.

certamente não me expliquei bem e não fui claro, mas o assunto é ainda assim absolutamente fascinante. quem precisa de um deus (ou mais), quando se tem isto?

também vi uns vídeos do TED.com com o dawkings. ele repete um dos argumentos do livro: a diferença entre um ateu e, por exemplo, um cristão... é UM deus. o cristão é ateu sobre todos os outros deuses, só acredita num, o seu próprio. o ateu,... foi apenas um deus mais longe. é hilariante. :-)

- também vi um vídeo sobre o "slow movement". o slow food é o mais conhecido, mas há o slow cities, e um movimento mais global para, em geral, viver uma vida mais lenta. é muito fácil de vender esta ideia, de facto. as nossas vidas são um zumzumzum de correria, e o tempo parece que nunca chega para nada. nem há tempo para pensar. ficar parado a pensar. tenta. agora, sim. vamos, eu espero (não tenciono ir a lado nenhum, afinal). para durante 2 minutos e fica parado(a) a olhar para a parede, só a pensar.

já está? se fores como eu, ou não conseguiste, ou tentaste ocupar o tempo de alguma forma, ou pensaste que é uma tolice, ou fizeste um "alt-tab" para ir fazer qualquer outra coisa durante 2 minutos, ou sentiste simplesmente estar a perder tempo. bom, mas pensa nisso, quando tiveres tempo. se calhar andar depressa não nos leva mais rápido a lado nenhum.

(tenho de ver se """perco""" algum tempo a pensar nisto, e ver como trago isto para a minha vida. gostava de não trabalhar um dia por semana, também, mesmo ganhando menos).

- se apenas 1 em cada bilião de planetas tiver vida, há pelo menos 1 bilião de planetas no universo com vida.

o que é vida, seja como for? a wikipedia tem uma sugestão.

Life is a condition that distinguishes organisms from inorganic objects, i.e. non-life, and dead organisms, being manifested by growth through metabolism, reproduction, and the power of adaptation to environment through changes originating internally. A physical characteristic of life is that it feeds on negative entropy.[1][2] In more detail, according to physicists such as John Bernal, Erwin Schrödinger, Wigner, and John Avery, life is a member of the class of phenomena which are open or continuous systems able to decrease their internal entropy at the expense of substances or free energy taken in from the environment and subsequently rejected in a degraded form (see: entropy and life).[3][4]

A diverse array of living organisms can be found in the biosphere on Earth. Properties common to these organisms—plants, animals, fungi, protists, archaea and bacteria—are a carbon- and water-based cellular form with complex organization and heritable genetic information. They undergo metabolism, possess a capacity to grow, respond to stimuli, reproduce and, through natural selection, adapt to their environment in successive generations.

An entity with the above properties is considered to be a living organism, that is an organism that is alive hence can be called a life form. However, not every definition of life considers all of these properties to be essential. For example, the capacity for descent with modification is often taken as the only essential property of life. This definition notably includes viruses, which do not qualify under narrower definitions as they are acellular and do not metabolise. Broader definitions of life may also include theoretical non-carbon-based life and other alternative biology. Some forms of artificial life, however, especially wet artificial life, might alternatively be classified as real life.

[...]

- Diz o wittgenstein a um amigo: "porque é que se julgava que o sol rodava em torno do sol?" "ora, é óbvio: porque olhando para o céu, parece que o sol roda em torno da terra!!" "mmm... então, o que teria de se ver para parecer que era a terra a rodar em volta do sol?"

(retórico)

- tb vi uma apresentação do TED com o Ze Frank, um dipo que desconhecia por completo, mas que pelos vistos é uma netpersonalidade.

- e finalmente, a apresentação que gostei mais do TED, de todas as que vi (e há muitas muito boas), foi esta:

Sir Ken Robinson: Do schools kill creativity?

Sir Ken Robinson makes an entertaining (and profoundly moving) case for creating an education system that nurtures creativity, rather than undermining it. With ample anecdotes and witty asides, Robinson points out the many ways our schools fail to recognize -- much less cultivate -- the talents of many brilliant people. "We are educating people out of their creativity," Robinson says. The universality of his message is evidenced by its rampant popularity online. A typical review: "If you have not yet seen Sir Ken Robinson's TED talk, please stop whatever you're doing and watch it now."

A sério. Vejam.



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