terça-feira, 20 de dezembro de 2005



Quantas vezes acontecerá, pensar-se numa pessoa ao mesmo tempo que ela pensa em ti, ambos a olharem a estrelas?



sábado, 17 de dezembro de 2005



Sugiro que experimentem ler o Inimigo Público antes d'O Público, e não o inverso. Todas as notícias parecem brincadeira. Algumas, fizeram-me soltar umas boas gargalhadas.



terça-feira, 29 de novembro de 2005




Adeus. :'-(



quarta-feira, 26 de outubro de 2005



Um destes dias, acordei de manhã e estava sol.

(posta que parece profunda, mas não é, sendo antes de uma genuína e honesta singeleza, como que escrita por uma criança de 3 anos que acabou de criar o seu primeiro weblog).



terça-feira, 25 de outubro de 2005



Mali
Como sabem, tenho em alta consideração a música produzida no Mali, uma gigantesca meca musical. Como disse semanas atrás, Ali Farka Touré é Deus, aliás (não se esqueceram, pois não?)
Junto com um álbum do Toumani Diabaté, que deu com o Deus Ali o concerto no Monsanto e que volta a Portugal em Novembro daqui a muito pouco, vinham umas fotos do Mali de deixar qualquer um de queixo na mão.

O site é do fotógrafo Dan Heller. O link vai para o índice do Mali, mas as outras secções também têm fotografias espantosas.



domingo, 23 de outubro de 2005



Jacques Cousteau

Como muitos, a minha imagem do Jacques Cousteau é romântica. Um explorador dos tempos modernos, um aventureiro dos mares, o inventor do Aqualung essencial a quem mergulha.

Quando fui ao Mar Vermelho em Abril, fiz 2 mergulhos no Thistlegorm, provavelmente o naufrágio mais famoso daquele mar. Mais tarde, viria a saber que o Cousteau não só já lá tinha estado, como um dos seus documentários, "The Silent World" - premiado em Cannes e Hollywood - reportava essa descoberta.

Pouco depois vi o filme "The Life Aquatic with Steve Zissou" com o Bill Murray, claramente inspirado nos filmes de Cousteau, e fiquei supreendido com os seus tons de zombeteria. "Mas ele está a gozar com o quê ao certo?" Achei o filme fraco, apesar do violão de Seu Jorge.

A seguir, um amigo encontra a série de 6 DVD's à venda no e-Bay, e consegue comprá-los. E na semana passada, emprestou-mos.

Os méritos de Cousteau são muitos, não duvido disso, e várias dimensões. Mas os filmes são de uma grande crueldade para o mar e a vida no mar, há cenas que me chocaram absolutamente face à postura que tenho como mergulhador recreativo. Cenas indescritíveis de chocante, das que fazem virar a cara perante a brutalidade, e quando as vi percebi a falta de entusiasmo do tal amigo que comprou os DVD.

Pode ser só uma daquelas coisas, em que ficamos chocados com o atraso de uma cultura anterior, mas sem a qual talvez não estivessemos como estamos. Mas não deixa de me chocar. Quando mergulho, hoje, uma regra de ouro é: não tocar em nada. Cousteau&Cia tocavam em tudo, mexiam em tudo, traziam tudo para cima, vivo ou (depois) morto. Atroz. Fiquei muito desiludido, e o mito caiu do seu pedestal.



sábado, 22 de outubro de 2005



Aviso Importante

Este web log é o jota em formato press-release.



sexta-feira, 21 de outubro de 2005



Sms-Web-Fax Gateway - uma posta tecnológica
Para todos aqueles que não têm acesso à Internet ou predisposição para as tecnologias, foi agora inventado por um dos grandes operadores um serviço de Sms-Web-Fax: basta enviar um SMS com um número de telefone (fax) e um URL para uma página na Web, e recebemos imediatamente um fax com a página indicada.

Fantástico, o que se pode fazer por estes dias.



segunda-feira, 17 de outubro de 2005



De volta.

Estou outra vez de volta. Já vim do país das duas letras (US); já voltei ao Egipto, onde estive vários dias perdido no mar e sob um céu cravado de brilhantes, embalado num ritmo mergulhar-comer-dormir (4x/dia); Já voltei do Egipto, onde finalmente fui conhecer Luxor e na sala das colunas do Templo de Karnac senti instintos lúdicos a tomar conta de mim. E estou de volta à velha e cansada Lisboa, agora molhada e cada vez mais escura.

E mudar de vida, não?



sexta-feira, 9 de setembro de 2005



Tal como prometido, vou hoje para Amsterdão e amanhã para a Cidade dos Anjos. O nome deve ser dos mais irónicos do planeta. Se vir o Schwarz, vou-lhe dizer que quando era puto gostei do Commando.



segunda-feira, 5 de setembro de 2005



A 26 de Junho de 1963, em Berlin, John Kennedy disse num discurso palavras que se tornaram famosas: "Ich bin ein Berliner", aludindo ao deboche de cabedal da conhecida noite daquela cidade.

A 1 de Setembro de 2005, a revista Nature anuncia a descodificação do DNA do chimpanzé, o amigo Pan Troglodytes, partilhado esse DNA em mais de 98% com o do Homo Sapiens.

5 dias depois, a 6 de Setembro de 2005, todos os chimpanzés do planeta desaparecem misteriosamente. No seu lugar, fica uma única mensagem: "Adeus, e obrigado pelas bananas".



sexta-feira, 2 de setembro de 2005



Bicho 'Sperto Ich

Bin

Ein

Schimpanse



quinta-feira, 1 de setembro de 2005



selo seychelles Este dia faz-me sempre pensar em alguma coisa. Há as associações óbvias, como sejam o início das aulas, aniversários que se aproximam.

Mas... não, este ano não. De repente, não me ocorre nada.

Bom, a verdade é que ontem recebi uma carta vinda das Seychelles. Abri-a com curiosidade, aos selos com desenhos de animais, peixes e flores coloridas. Há uns 3 anos atrás, recebi do Brasil um pacote com um livro que me enviaram. Gostei tanto da embalagem que a fotografei, e adiei a sua abertura.

Com esta carta foi o mesmo. Adiei enquanto a curiosidade permitiu. E não acreditam na minha surpresa quando a abri: o envelope estava completa e absolutamente vazio.

O segredo só pode estar no selo.



quarta-feira, 31 de agosto de 2005



31 de Agosto . É o fim do Verão.

Está a acabar-se o Período Geralmente Designado por Férias (PGDF). Tal como aí, por aqui começa a sentir-se um arrepio à flor da pele com a brisa do fim do dia, e os dias vão ficando mais curtos de luz.

Quando era catraio, na 4ª classe, escrevi uma composição sobre o Outuno que a professora muito gabou. Não sei dela (delas), mas aposto que falava de folhas castanhas a cair das árvores.

E a cena é que isto se repete todos os anos (até ver).

E sabem que mais? detesto os romances "científicos" do Calvino, com histórias sobre electrões apaixonados. Tinha de dizer isto.



terça-feira, 30 de agosto de 2005



SCUB'ÁQUI

Fui há poucos dias pela primeira vez conhecer as o fundo do mar nas redondezas. A água está nos 14-16º, como frequentemente no mar em Portugal. Os dois sites têm nomes que em inglês são: "Grotto Donkey Tail" (uma gruta com ~100 metros sob um rochedo), e "Cemetary of the Ships" (um amontado de restos metálicos de 3 navios no fundo do mar, onde um conjunto de 4 caldeiras perto umas das outras, e 2 veios de hélice, são os destaques). Mergulhos razoáveis, num conjunto de ilhotas conhecido localmente por "'scarped islands". Depois posso deixar aqui uma ou outra foto que ficaram de me enviar.

A tripulação simpática e eficiente, com cuidados, material de segurança e briefings; os outros 15 mergulhadores do barco, claramente experientes e disponíveis, sempre prontos para ajudar, bem como alegres. Um claro contraste, este tipo de pessoas com a boçalidade ansiosa a que estava habituado.

Depois dos mergulhos parte do grupo foi jantar, uma espetada de peixe de que nem vale a pena falar! Inacreditável, meus amigos.



segunda-feira, 29 de agosto de 2005



O JOTA VAI À AMÉRICA

Na segunda semana de Setembro, o Jota vai pela segunda vez à América. Da outra vez, conheci brevemente NY e DC, desta vez é LA. Prometo contar-vos detalhadamente tudo o que acontecer, falar-vos das pessoas que conhecer, tirar fotos dos habitantes locais, observar os seus hábitos, tentar até comunicar. E finalmente vou dar uso às notas verdes que práli tenho há tantos anos, a desvalorizar dia após dia, de forma inversamente proporcional com o preço da gasolina.

Para já, deixo-vos a primeira lição: todas as cidades na América têm nomes de duas letras apenas.

(Podia explicar porquê, mas acho que tem a ver com questões financeiras)



domingo, 28 de agosto de 2005



Ba CissokoFestival de Música do Mundo de SINES, 2005

Este ano tirei férias para ficar por os 3 dias, pelo que não precisei de andar cima-baixo-baixo-cima.
Vi todos os concertos excepto um, e gostei especialmente do Amadou & Mariam do Mali), da Lula Pena (de Portugal, o país, não sei se conhecem, é uma província de Marrocos - mais informações aqui), e dos espantosos Ba Cissoko (da Guiné Conakri), com aqueles duas Koras de arrasar, aquilo foi dançar e rodopular pela noite dentro, na melhor das companhias.
As noites foram passadas num hotel na lagoa de Santo André. Barato, asseado, com vista para o mar e para a lagoa.

Excelentes dias. Para o ano há mais!

(Agora tenho de ver o que é que há de oferta cultural pelos meios em que agora me encontro, mas o panorama parece promissor...)

Ps- Acabou de me segredar uma flor que num site de um fotógrafo Japonês (!) com fotografias do Festival, há uma foto, a última na 2ª página (Público@Castelo) onde há nada mais que 5 pessoas conhecidas, incluindo eu mesmo - apesar de sempre discreto, já que - como todos sabem - nunca fui fotografado e assim espero continuar.



sábado, 27 de agosto de 2005



A VERDADE É QUE
Aviso: esta posta tem estragadores relacionados com o filme/livro the Hitchhiker's Guide to the Galaxy, de Douglas Adams.

Capa do meu Hithhiker's Guide Vi na noite passada o Hitchhiker's Guide to the Galaxy, depois de o livro ter feito soltar altas gargalhadas de prazer, soluçando os ombros com alegria. Deu-me vontade de o re-re-ler, admito. O filme não é brilhante, mas - vá, admite-se - tem alguma piada.

Na história/filme, o planeta Terra é destruído nos primeiros 5 minutos, por decisão burocrática. Mais tarde, afinal descobre-se haver uma oficina de planetas, de cujo forno o nosso lar terreno tinha saído, e de onde estava a sair uma segunda versão (Earth Mk. II).

Esta noite sonhei que o planeta Terra era destruído. Estoirava com um bang, ficava um sol, e depois mutava numa anã (vermelha, vá-se lá perceber). Na minha nave espacial, assisti a tudo.

Talvez por saber que havia uma fábrica de onde poderiam sair outras versões, não fiquei nem angústiado.



sexta-feira, 26 de agosto de 2005



A Minha Ausência

Tenho recebido muitos mails e faxes a perguntar por mim. A verdade é que me encontro em sabática auto-imposta (melhor palavra talvez fosse in-posta, ou ex-posta - lido ecs-posta). Depois do Festival da AutoEstima Nacional, de que até se fez um Euro e estádios para as pessoas terem onde reunir, voltou tudo ao que era antes.

Agora as bandeirinhas nas janelas, dependuradas e descoloradas, deveriam ser pretas, ou cinzentas depois do Sol, mostram-nos a triste realidade em que vivemos.

Agora temos outra vez um governo de incompetentes, que aprova leis para daqui a 12 anos, deixa que ardam instituições como o Ballet Gulbenkian e as florestas do país, ataca a função pública às cegas, tem um líder que não sabe comunicar e um governo que não comunica e se decide sem ter fundamentos, e que - pior porventura que tudo o resto, tem uma


TOTAL
E
ASSOMBROSA
FALTA
DE
IMAGINAÇÃO

Portanto, dado este estado de coisas, decidi entrar num período de auto-reflexão. Vim aqui para longe do outro lado do Mar, e vou ficar por aqui uns anos até o país implodir num deserto.

Depois, oh vantagem das vantagens, pode ir-se ao Deserto sem sair da Europa. É uma grande oportunidade para o TURISMO!

Em tempos participei em acaloradas e vivas discussões, oh, ali nas tertúlias junto ao Tejo, noites inteiras em redor de um copinho de bagaço quando a tal esticava a mesada, e nessas noites de longa reflexão filosófica discutia-se se a programação da SIC era uma estupidificação dos espectadores, ou se apenas um reflexo deles.
Isto agora é o mesmo, no respeitante à classe política.

O poder corrompe, não é o que dizem? E eu não acredito em nenhum deles. Lamento. Estou profundamente desiludido.

Daí ter vindo para aqui. E quando quiserem fazer um programa de televisão comigo, a falar dos portugueses de sucesso lá fora, sabem o que lhes vou dizer?





Marcação de locais de encontro por satélite, aqui está outra utilidade do Google Earth. (para quem não percebe o que é, no topo esquerdo está o estádio Alvalade XXI, ao centro o metro do Campo Grande, e mesmo abaixo da linha, no topo direito, uma bola amarela that marks the spot.

:-)



segunda-feira, 8 de agosto de 2005



Na passada quarta-feira casou-se uma prima, com menos 5 anos que eu, por quem sentia um carinho muito especial em longas férias de Verão de há vários anos atrás. No Sábado, casou-se outra prima, menos próxima. Fui a ambos os eventos, e revi muitas caras que não via há muitos anos. Toda a gente com mais linhas no rosto, o tempo passou no passado que recordava.
Os dois dias do fim-de-semana foram animados, foi p/ mim uma espécie de regresso à infância, deixou-me saudades, muitas saudades, do tempo que passou, e das pessoas com quem de forma mais próxima passei aqueles dias. Podia ser só uma crise, mas não fui só eu a sentir falta desses dias. Fiquei mesmo triste, ao voltar, e ir cada um para seu lado.



sábado, 23 de julho de 2005



Ali Farka Touré é Deus

Há alguns espectáculos que recordo de forma especial, pelo que senti e representaram para mim. Nestes incluem-se uma distante Maria João e Mário Laginha no São Luiz, os Kroke no Seixal, a Lhasa em vários sítios, e agora o Ali Farka Touré no Monsanto.

Para quem não o conhece, AFT é do Mali, e é um Deus da Música. O Mali é uma meca músical em África, se calhar à semelhança de Cabo Verde. De lá vêem muitos nomes, como Salif Keita e Rokia Traoré (que já estiveram em Portugal), e outros como Oumou Sangare, Boubacar Traoré, Tinariwen, Afel Bocoum, e muitos outros. Para quem tiver curiosidade, há mais Mali em Sines no próximo fim-de-semana: Amadou & Mariam.

Se alguém quiser começar a explorar, esta é uma boa porta de entrada: Talking Timbuktu, de Ali Farka Touré e Ry Cooder. De 1994, e com o mesmo Ry Cooder que trouxe os Buena Vista Social Club para as luzes da ribalta.

Em relação ao concerto de ontem à noite, só posso comentar mesmo a sensação de ter vivido e sentido um momento único, perante a genialidade daquela música, que se sente nos ossos e no corpo todo. Bastaram uns acordes, e aquelas cordinhas e ritmos blues semearam o caos e deixaram-me absolutamente rendido. Inesquecível, tal como previa.

Quem quer ir ao próximo Festival du Désert, Janeiro 2006 em Timbuktu? (este foi o de 2004)





HEY SÓCRATES!
Perdi a esperança em ti, e lamento-o profundamente.



segunda-feira, 18 de julho de 2005



De há uns anos para cá que ia a todas as novas produções do Ballet Gulbenkian. A última vez que fui, em Março, vi uma coreografia extraordinária: La Sacre du Printemps, de Marie Chouinard, das melhores que jamais vi. Um espanto.

Isto que está a acontecer/aconteceu, é uma perda que considero inqualificável.



domingo, 19 de junho de 2005



Mentecaptos
Ontem fiquei durante o dia no escritório, e à hora de almoço cruzei-me no restaurante com 5 neo-na.. ups, "nacionalistas". Dois deles com cabeças rapadas e uma t-shirt italiana com uma figura de "braço alçado", uma miúda loira que ria alto demais, um de ar tímido com botas de 10 centímetros e protectores negros nos braços com pequenos quadrados de metal a fazer cruzes. No quinto, porventura o líder do grupo, não havia sinais exteriores de nazismo, só de falta de instrucção.

Sou visceralmente avesso a quaisquer tipo de manifestações fascistas, e muito especialmente destes tipo de ideais nazis, fascistas e racistas. Pode dizer-se que, em democracia, têm direito a manifestar-se, etc. Seja, falem. Mas FN's, PNR's, ou seja o que for, com mais ou menos pelo de ovelha (branca), são grupos com s ideais que descrevi, e pela constituição portuguesa, não têm direito à existir. "Preto no Branco", poder-se-ia dizer. :-)

Deixo uma frase de um outro bloggy (http://ocanhoto.blogspot.com/):

«[...]Exemplo: se o “arrastão” de Carcavelos foi um “crime hediondo”, então os homicídios na casa de alterne de Amarante, de há uns anos, estarão no mesmo plano de um genocídio; como foram cometidos por portugueses, brancos, pode deduzir-se que há uma relação clara entre nacionalidade portuguesa e criminalidade; em conclusão, os portugueses deviam ser expulsos para Marte![...]»
(Recordo que em Carcavelos, apesar de sem desculpas, terão sido roubados - especulo - uns telemóveis, toalhas, e uns 1000€ se tanto tudo somado)

E termino com uma citação de um site de um dos grupelhos que ontem esteve em foco, sobre o mesmo partido (e único) que não comentou o sucedido ontem:

«Gostaríamos de felicitar Nuno Melo deputado do Partido Popular pela frontalidade e verticalidade que teve em explanar o Arrastão na Assembleia da República. Como sempre os apoiantes das minorias, que em tempo de eleições são pelo trabalhador português, tiveram que criticar e apelidar Nuno Melo de racista, mas racista porquê?»

...



segunda-feira, 13 de junho de 2005



Vim do Oriente a pé, a 110 passos por minuto.



domingo, 5 de junho de 2005



Ontem, quando cheguei para a segunda visita à feira do livro, tive a muito estranha e viva sensação de estar à espera de alguém. uma espécie de deja vu, mas focado nisto mesmo: estou à espera de alguém. na fila do multibanco, parecia um pombo dos monty python, ali parado, vestido em tons de cinza claro, e descabeçado. à espera de alguém.

A primeira visita foi durante a semana anterior, com um amigo. sentia-me uma bola metálica num jogo de flippers humano entre as bancas. uma visita a acelerar, antes que a feira fechasse. com o magnetismo inverso de livros de paixões, coelhos, tamaros e outros de capas amarela e linguagem simples a repelir de determinados stands.

Foi um zás! e por quem esperava, não apareceu. :-(



segunda-feira, 16 de maio de 2005



Pombos Supersticiosos
Estou a ler o livro “Decompondo o Arco-Iris”, de Richard Dawkins (autor do conhecido “O Gene Egoísta”). Neste descreve-se um mecanismo chamado “Caixa de Skinner” e um conjunto de esperiências que esse moço Skinner fez nela, com pombos e ratos.
As caixas de Skinner têm duas características: um botão em que se pode carregar, e uma bandeja de alimento, e foram utilizadas numa diversidade de experiências de causalidade. A mais simples, para ilustrar, foi verificar se os pombos ou ratos seriam capazes de aprender que, quando carregassem no botão, surgiria alimento na bandeja. Tarefa simples e superada com sucesso.
Mas de entre as outras experiências inrteressantes que com a mesma foram efectuadas, há uma que vou destacar, esta apenas com os pombos, e que consiste no seguinte: o que sucede quando se elimina qualquer relação entre o comportamento da ave e o fornecimento de alimento? O comportamento correcto para os pombos seria simplesmente esperar pelo alimento, certo?.

“Mas, de facto, não foi isto que fizeram. Em vez disso, em 6 de cada 8 casos, desenvolveram aquilo que Skinner designou como comportamento «supersticioso». Excactamente em que consistia este comportamento variava de pombo para pombo. Uma das aves girava sobre si própria como um pião, duas ou três voltas no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, entre recompensas. Outra empurrava a cabeça em direcção a um dado canto superior da caixa. [...] Skinner utilizou o termo superstição porque as aves se comportavam como se pensassem que o seu movimento habitual tinha uma influência causal no mecanismo de recompensa, quando de facto não tinha. Era o equivalente à dança da chuva do pombo.”

Os humanos, felizmente, não são pombos, e passam por baixo de escadas sem medo de gatos pretos. Pelo menos 2 em cada 8. :-)

Mas vem isto a propósito de quê? Recentemente tive de pessoas próximas exemplos de crenças que considero muito erradas, ainda que compreensíveis, e este livro em particular aborda este tipo de questões. Os dois assuntos em causa são os signos (ou antes, os estereotipos de que as pessoas do signo x se comportam tipicamente da forma y) e a descoberta de água por artes adivinhatórias (os vedores).

Vou voltar a estes temas, já a seguir ao intervalo.



domingo, 8 de maio de 2005



Mar Vermelho, 3ª visita, 2 semanas
Shaab Sheer, Salem Express (2x link link), Panorama Reef, Dolphin House (Gota Shoab Elerg), Gubal Island, Small Gubal Island, Bluff Point, Syoul Kabir, Ghiannis D (@Abu Nouhas link link), Umm Gammar (incluindo um nocturno espectacular), El Mina, El Aruk, Small Giftun Island, Gota Abu Ramada, Shaab Seiman, Ras Abu Soma, Abu Kafan, Thistlegorm (interior e exterior link link link), Erg Abu Ramada.

Ao todo 29 mergulhos e umas boas horas debaixo de água. E agora... bom, mãos à obra, é viajar para Sul: Brothers, Daedalus Reef, Elphinstone Reef, etc. :-) Já em Outubro?

E aos 2 grupos de pessoas que também por lá andaram a fazer try-dives com baixo consumo :-), ver as mesmas vistas, a trocar reguladores garrafas e sinais de OK, a fumar shiishas no Joli Pub em Hurghada, ao Steve e especialmente ao Marcus, um grande abraço!



quarta-feira, 20 de abril de 2005



Férias.
Egipto.
2 semanas.
Mar Vermelho.
28 mergulhos (estimativa).

ai que stress.



quinta-feira, 14 de abril de 2005



"Ravellstein" de Saul Bellow (recém finado), e "Austerlitz" de Sebald (menos recém-finado, mas igualmente finado, ainda sem Nobel).

Editados pela mesma casa, a Teorema, capas em tom castanho escuro, forte. Em ambos os títulos, uma única palavra, apelido do personagem principal.

Num, o personagem é americano, e fala-se de Judeus e dos Nazis. Noutro, o personagem é europeu, e fala-se e passeia-se por Judeus e Nazis. No primeiro, existe um Dr. Watson, personagem semi-secundária, que conta a história do grande professor de filosofia. Pelo meio, conta a sua própria história. No segundo, o tema é a arquitectura, mas Dr. Watson está por lá. Um de 2000, outro de 2001.

Ambos os livros são extremamente eruditos, e lêem-se muito bem.

Li-os com um intervalo de 2 meses, e as semelhanças são demais para ignorar. Ou se copiaram um ao outro, ou eram a mesma pessoa (mais provável).



quinta-feira, 10 de março de 2005



Férias - Regresso a Cabo Verde
Voltei a Cabo Verde para mais umas férias de mergulho. Alguns dias no Sal, com 5 quedas no mar, e o restante tempo no distante Tarrafal, na ponta mais afastada da cidade de Praia, na ilha de Santiago, para outros 7 scuba-'gulhos. Já conhecia a primeira ilha, onde fui há um ano. Muito explorada turisticamente, muito cara. "Isso aí não é Cabo Verde", disse-me há um ano um moço que trabalha para o Centro de Mergulho no Sal. Por coincidência, irmão do Carlitos, com quem fizemos os mergulhos no Tarrafal.
O Tarrafal fica a cerca de 2h da cidade da Praia, capital de CV, atravessando-se uma paisagem admirável, que alterna de oásis de verde com montanha e grandes canyons. O tom que domina é o castanho claro. É uma vila de pouco mais de 20k habitantes, marcada em termos turísticos pela Praia do Tarrafal e tristemente pela prisão. Férias no Tarrafal não são férias de resort, são férias de passear pelo mercado, andar pela praia, de relax, de conversar com pescadores, comer bifes de atum grelhados :-), passear pelo monte, esquecer os dias que passam. Não é uma vila bonita, tal como não é Praia ou Santa Maria no Sal, pelo contrário, mas tem muito, muito encanto. Apetecia ficar mais 2 ou 3 meses, ajudar na faina :-), trabalhar metade do dia e passar o resto na praia. Apetece ser generoso, ajudar. Percebe-se bem a paixão que muita gente ganha ao país.
Os mergulhos não foram de sonho como noutros locais (não vimos tubarões), mas foram interessantes e valeram a pena, pela cor debaixo e acima da superfície, nos mergulhos do barquito de pesca, com o Carlitos como guia e o Zezinho ao leme.



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005



Ups, errei.
A dimensão do desastre foi tal que afinal houve derrotados. Um com dignidade, o outro pois.

E agora, a esperança socratiana? Vamos ver. Falta ver a equipa. Será credível ou jogarão os amigos do costume? O país tem aqui uma oportunidade d'oiro. Espero que não seja desperdiçada.



domingo, 20 de fevereiro de 2005



Dia de Eleições no Reino
Fui votar ainda de manhã. Um processo digno e bem organizado, desmerecido pelo seu objecto.
Pela primeira vez desde que voto, senti uma verdadeira hesitação sobre a quadrícula em que devia colocar o meu X. Decidi por magnetismo terrestre, com o boletim numa mão e a esferográfica na outra.
Hoje à noite, todos os partidos vão vencer, num mundo autista e iludido de cegar quem os ouve. Em vez de comentadores de renome na praça, bem que podiam fazer uma Bancada Central, tal a displicência com que tratam (tratarão) o meu hesitante X.

Li no Portugal Diário um artigo sobre o desinteresse da juventude sobre política. Uma das medidas propostas pelas jotas para o combater era permitir o voto pela Internet, de qualquer ponto do país. Mas isto não é o verdadeiro problema: a abstenção até podia ser de 90%, por mim, se estes 10 milhões de pessoas soubessem que o país estava em boas mãos. Ou estou errado?
Apela-se também com frequência ao envolvimento dos jovens na vida política. Não sei bem de que estão a falar. Aos acompanhantes das campanhas, pagos para agitar bandeiras e passear de carro com altifalantes pelas terreolas todas. Conheço quem se tenha envolvido, e a participação política (entusiástica) que me descreveu, até hoje, foi entregar panfletos eleitorais à saídas do metro. É isto, o envolvimento na vida política?

Não sou radical, muito longe disso. Mas gostava que as coisas fossem feitas como deve de ser, e que os meninos dos poleiros pensassem no país e em quem vota. Nem que fosse só para variar.





O King Kard é a falência da Medeia filmes, para pessoas como eu. Ainda assim, é uma iniciativa totalmente arrojada, especialmente em Lisboa. Olhando para o meu cartão, com um número perto do 3500, e a 150€ cada, dá um encaixe de cerca de 100 mil contos em poucos dias. Vamos ver como corre. Espero que bem.



sábado, 19 de fevereiro de 2005



Era uma vez a história
... de um menino que nasceu com 14 anos.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2005



Ao ouvir o debate com os 5 líderes partidários, e quando os ouço a discutir mais aguerridos, penso que uma luta na lama, com t-shirts molhadas e tanguinhas coloridas (laranja, rosa, azul, vermelha, e preta), seria muito, muito mais divertida.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005



Vidrado nesta. Versão dos Nouvelle Vague, cantada por uma Camile. Original dos Tuxedo Moon.

In A Manner Of Speaking

In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing

In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way that I feel about you
Is beyond words

O give me the words
Give me the words
That tell me nothing
O give me the words
Give me the words
That tell me everything

In a manner of speaking
Semantics won't do
In this life that we live we live we only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrified

So in a manner of speaking
I just want to say
That just like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing.

O give me the words
Give me the words
That tell me nothing
O give me the words
Give me the words
Give me the words



domingo, 30 de janeiro de 2005



Primeiros-Socorros
Fiz nas últimas 2 semanas um curso de aperfeiçoamento que incluiu aprendizagem de procedimentos 1ºs socorros, a mergulhadores e não só. Não sou propriamente o tipo de pessoa que, numa emergência médica, dê um passo à frente para oferecer ajuda, mas este curso acho que mudou um pouco isso. O conhecer a importância de prestar apoio no primeiro instante, a importância do tempo que corre, o funcionamento de alguns dos mecanismos do corpo humano (depois de 6 minutos sem respiração há grande probabilidade de lesões cerebrais irreversíveis, depois de 10 minutos estes são garantidos), os procedimentos de respiração boca-a-boca ou de ressuscitação cardio-pulmonar (*muito* cansativa), etc., é algo que vale muito a pena.

Não posso dizer toda a gente devia fazer, mas acho que vale muito a pena.

Ao terminar as aulas e acabar o curso, o instrutor disse-nos que agora ao mergulhar já não estamos sós, não somos só nós e os nossos buddies. Agora há outros que podem depender dos conhecimentos que temos, e das nossas acções, em situações de emergência. Ninguém obriga a ajudar, é certo, mas a responsabilidade interior está lá.

Espero nunca precisar de usar o que aprendi.



terça-feira, 18 de janeiro de 2005



O Meu Programa de Governo

1. Lançamento da linha ferro-magnética Faro-Lisboa-Porto em Maglev a 400km/h (ou mais, excepto na Zona de Pombal)

2. Construção de novo super-aeroporto a meio desta via, e aquisição de 20 A380's para a TAP

3. Contrução de novas pontes sobre o Tejo, para diferentes tipos de veículos:


a) Automóveis
b) Comboios
c) Motas
d) Camiões e outros veículos pesados

Serão convidados arquitectos de renome para cada uma destas: Souto de Moura, Siza Vieira, Norman Foster e Santiago Calatrava, respectivamente.

4. Construção de dois eixos em túnel:
- Túnel Lisboa-Setúbal, com saídas para Ponta Delgada e Horta.
- Túnel Porto-Galiza.

Os túneis estarão a cargo de Frank Gehry.

5. Organização dos próximos Campeonato do Mundo de Futebol, Andebol, Ragueby, Natação, Olímpicos de Inverno, finais da NBA e do campeonado de Criquet indiano.

6. Organização dos próximos Jogos Olímpicos (e dos outros a seguir também)

7. Alteração da sede da ONU de Nova Iorque para Lisboa

8. Redução de IRC para 10%, seguindo o modelo irlandês, e uma definitiva aposta na formação e investigação a todos níveis não consegui evitar ser sério, bolas

9. Voos diários Lisboa-São Tomé e Príncipe (ou deveria dizer "San Tomé", como na tv?), para além dos voos da TAP à 6ª e da Air Luxor à 2ª e 5ª

10. Construção de petróleoduto Lisboa-Luanda, e de 200 parques éolicos espalhados pelo país. No Algarve, substituir todos os estabelecimentos hoteleiros com menos de 50% de ocupação por parques de solares.

11. Deslocalização do governo para Bragança [*]

12. Medidas avulso, tais como: limitação severa a 250 nomeações por mandato, redução do número de deputados para 100 (um por cada 10.000 habitantes), quem se candidata tem de cumprir tem de se assentar no parlamento depois, forte apoio ao empreendorismo e financiamento a novas empresas/PME, regulação de contas de grandes empresas, fim do sigilo bancário, circulos uninominais (a ideia agrada-me), etc.

Nota:
Estas iniciativas vão ser todas lançadas quando faltar um mês para acabar o mandato (excepto a 8 e a 11).

Qualquer coincidência é a mais pura semelhança.

[*] Isto tb significaria que deixaríamos ouvir falar, das bandas da Madeira, dos "cubanos de Lisboa", além de representar uma significativa iniciativa do meu governo para aproximar Portugal da Europa.



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