domingo, 21 de dezembro de 2008



In The Morning.

De manhã acordo estremunhado, os lençóis quentes e macios, ao meu lado uma outra respiração suave acompanha o meu regresso à consciência. Levanto-me em silêncio, como um fantasma, e saio para o dia.

Fora do quarto está sol, toda a casa brilha e reluz com a força do nosso astro favorito, quase me cega numa cegueira branca. Curioso pensar no facto de a única divisão realmente escura, muito escura, ser o quarto de dormir. É o nosso casulo, a nossa gruta de vampiros, o refúgio onde até da luz nos escondemos na nossa vulnerabilidade. É também onde abraçamos a escuridão, apesar dos terrores que o negro da noite nos causa desde o Início dos Tempos. E onde nos entregamos, com paixão, à vergonha tímida do amor. Já viste bem, tantas coisas escondidas entre quatro paredes e um estore para baixo?

Seja como for, aqui fora está sol e estou sozinho, tu ficaste lá atrás ainda perdida em sonos e sonhos, os teus cabelos loiros sobre a almofada, deitada de lado a respirar de mansinho, mas já roubaste o espaço e calor que lá deixei.

Não sou uma pessoa matinal, mas o sol das manhãs é quase imbatível no prazer que me dá senti-lo, deixo de fazer sentido. Hoje, dia em que acordei estremunhado e deixei os lençóis quentes e macios no quarto, onde que ficou um corpo quente que adoro, vim escrever para a beira do mar, e o sol brilha tanto, que deixei de conseguir ver as tecl



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