domingo, 21 de dezembro de 2008



Nunca Vou Dizer O Teu Nome.

… sei que hoje estás aqui e que amanhã podes não estar. Que podes zarpar no esfregar de um olho, acenando um adeus até à próxima, a bordo do Holandês Voador, em direcção a outros mares e outros navios a afundar…

… e por isso mesmo, nunca vou dizer o teu nome. Não lhes vou dizer o teu nome. Evitá-lo como se fosse um vírus, um ebola mortal que arranca corações para os despedaçar nos mil pedaços de um cristal estilhaçado no chão.

… mas o teu nome faz-me bem. Faz-me sonhar, pensar em tonterias insensataz, paro maravilhado a ver-te no teu sorriso juvenil, traquinas, os lábios perfeitos, os olhos escuros e cheios de vidas…

… e por isso, por te querer para mim, nunca lhes vou dizer o teu nome. Dar-lhes o teu nome era dar-lhes parte de ti, não o quero fazer, não o posso fazer, preciso de todos os pedacinhos de ti. Nem que seja para os deixar embarcar…

… e porque o teu nome vai ser, sempre, meu. Quer tu queiras, quer não.



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