Só Liguei Para Dizer Que…
Bazei. Vim-me embora. Trouxe os livros, os CD’s, as receitas mágicas de toucinho do céu, as mochilas e 300 t-shirts de metade do planeta, as canecas, os ténis, um casaco e um pão lêvedo. O resto fica, não gosto de viajar pesado.
Estou neste momento numa pequena ilha do oceano pacífico. E note-se que não estou a falar do programa de rádio. É uma pequena ilha, aproximadamente redonda em forma de ovo estrelado, onde não se filma nenhuma série de pessoas supostamente perdidas que faz tanto sentido quanto o Twin Peaks ou a Realidade, mas onde as omeletes são divinais.
Aqui há internet (suspension of desbelief ON), mas só há novidades de fora 3x por semana, pouca gente, dois imensos (imensos!) céu e mar azuis, calma, pássaros, relva verde debaixo dos pés. E árvores. É.
Decidi deixar o fato e a gravata e os sapatos à porta da ilha. Incomodavam-me. Afinal, sempre foram anos e anos e anos com eles. Cerca de 170, o que faz com que (fazendo as contas) actualmente tenha cerca de 36 anos de idade.
Entre os livros que trouxe, tenho um com o título mais pateta que já vi. Tão pateta, que gostava de ter sido eu a inventá-lo. Chama-se “Como o soldado conserta o gramofone”, e tem na capa um rapaz com ar patusco a tocar uma concertina, na praia e vestido de fato preto, com dois cães a passar a correr atrás. O livro existe mesmo. Note-se que não o estou a recomendar. Ainda não o li. Só estou a referir que a capa é soberba de non-sense e que, em consequência, me fez sentir pouco menos que um amador dessa arte.
Ontem saí de casa e percorri os poucos metros que me separam do mar. Estava molhado, o que me surpreendeu, por isso levei areia e uma toalha. Não gostei que olhasses para mim jocosamente, rindo-te da cor da minha toalha. É minha, e gosto dela. Acho que combina bem com a minha personalidade. Chupo-a quando preciso de nutrientes, especialmente aos cantos . [1] Tu não podes dizer ou fazer o mesmo. :p
[1] Pontos a quem reconhecer a referência ao Livro Mais Hilariante da História da Humanidade (LM3AGÁS).
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