terça-feira, 14 de dezembro de 2010



fugas

O texto seguinte não está datado. foi encontrado, por assinar, no final de um bloco de folhas quadriculadas. a transcrição é integral e conforme o original.

«Estou cheio de sono e hoje  o dia foi pouco produtivo. Hoje tenho de me deitar cedo, não ficar a jogar até tarde com pensamentos idiotas na cabeça. Felizmente ela não me contactou mais. Cairei na real talvez. Ainda bem? A quem minto eu?

Não estou para isto. É amizade, é amizade. Fónix. Não gosto de coisas não claras, não gosto – detesto – sentir-me assim cheio de altos e baixos. É um suplício, está a fazer-me mal e não quero isto. O meu cérebro conspira contra mim e isto é uma tensão que não me agrada. Não vou insistir, e sair graciosamente. Isto não, isto não, isto não.

Não me podes desiludir. Já me desiludiste. Não esperar nada. Isto é a chave. Não esperar nada. Nada. Não esperar. Nada. Não esperar nada. Esperar a conversa “depois de jantar”
não esperar nada
        não esperar nada
                   não esperar nada
                            quase que dá vontade de que argentina passe depressa, para poder ter toda a liberdade de fazer o que me dá na real gana. E agora não posso fazer isso. Não posso estar sempre disponível e não ter nada de parecido. Acabou a disponibilidade universal, acabou o Verão. Neste fim-de-semana. Na 6ªf.»

O texto infelizmente não está datado, mas assume-se que seja de uma data anterior à viagem à Argentina, em que perante alguns motivos de insatisfação, o autor anónimo chega a exprimir vontade de que essa passe depressa, para que perante o descontentamento que sente, possa agir.

Não temos mais informações.



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