quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010



Vermelho da cor de chouriço

Qual foi o meu melhor pôr-do-sol? Lembro-me de mais nasceres do sol do que de pôres-do-sol. O que não faz sentido, sabes que sou noctívago. Um de cada? Tenho de pensar. Lembro-me de um pôr-do-sol em Dubrovnik, pouco depois de chegar à cidade. Não foi especialmente bonito, e o céu não ficou vermelho da cor de chouriço, mas lembro-me desse, e que havia o brilho do sol no mar, daqueles que nunca ficam bem nas fotografias. Nascer do sol lembro-me de um nos Açores, em São Miguel. Passei a noite aninhado no carro, desconfortável e tapado com um saco-cama, para ver o sol a nascer na Ponta da Madrugada. Hem? Como foi? Estava nublado, não vi nada. Que pôr-do-sol gostava mais de ver contigo? Só me fazes perguntas difíceis, ainda para mais a esta hora da manhã, amor. Deixa pensar. No Pólo Norte, talvez. Quando o sol se põe por seis meses. Queixam-se os vinte e nove de fevereiristas de barriga cheia - lá em cima, só há um dia por ano. Sabes que os Inuit acreditam que se cantarmos ou assobiarmos para a aurora boreal, ela nos leva para o outro mundo, ou mais prosaicamente vem e nos corta o pescoço? Ainda hoje contam a estória às crianças. Já não chegava o medo do escuro, que começa com o pôr-do-sol.

Vamos?

[viagens… um texto sobre o pôr-do-sol]



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