terça-feira, 22 de setembro de 2009



estou com um feeling

digo-te. estou com um feeling. a minha bússola não tem um mas vários nortes, e como poucas muitas vezes antes, está desorientada. mas tenho um feeling. tenho aqui um feeling guardado no bolso, dentro da carteira.

por agora vou caminhando pela rua, vejo as pessoas ao meu redor, o autocarro que se aproxima da paragem que cruzo, os carros que passam na estrada, aquela senhora de idade na varanda da janela, as caixas do minimercado que aproveitam uma pausa para fumar um cigarro encostadas à parede, a estrada feita de pedras cinzentas quadradas, o passeio feito de pedras brancas quadradas.

vou caminhando, e levo o meu feeling no bolso. sei que o vou tirar da carteira muito em breve. que o vou desdobrar da dobra em quatro, e que já não vou estar mais na rua por onde me cruzo com estranhos, com carros invisíveis, com os sons e apitos da cidade onde vivo, e que não vai ser só um feeling, mas um papagaio com a forma de uma águia de asas abertas a desenhar linhas e curvas no céu, que seguro com um sorriso ao mesmo tempo que tu, deliciada na areia, segues os movimentos que faz.

por enquanto, o feeling é um quantos-queres de papel de origami, dobrado em quatro. mas não falta muito para o abrir. não falta muito para o descobrir, para lançar os dados das dobras nos dedos de uma menina, e viver o que sair. na praia.



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