sexta-feira, 24 de julho de 2009



Tenho uma carta tua no bolso

Recebi-a há muitos anos, depois termos cruzado as nossas vidas e deixado marcas indeléveis um no outro. Nunca fui capaz de a abrir e ler. Sinto medo do que possa conter, das palavras que possam estar lá soletradas. Não sei se é longa, curta, se soletra despedida, indiferença, ódio, amor ou saudade. E duvido que algum dia venha a saber.

Não a quero abrir, e não a consigo abrir. Prefiro viver sem saber, e com o conhecimento de que consigo viver com o desconhecimento.

No mito da caixa de Pandora, todos os males do mundo fogem da caixa, e só um resta, a Esperança:

Only Hope was left within her unbreakable house,
she remained under the lip of the jar, and did not
fly away. (fonte)

Prefiro viver com a incerteza da Esperança dentro da caixa, do que conhecer a realidade e perder os sonhos que tenho. Vai ficar comigo até ao fim dos meus dias.
Assim ao menos posso sonhar.

Também te escrevi uma carta. E nunca saberei se a leste. Leste?



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